Que tal acabar o circo mundial e ser só copa dos poderosos?
Eu não estou dando uma de Poliana, mas o que seria do mundo se ele de vez em quando não soltasse gritos gerais de alegria? Luto todos os dias?
E se é para alguém gritar de euforia que sejamos nós. Sinto informar aos mais cultos como você, que ainda tenho orgulho em ser brasileira com ou sem Copa, ainda choro ao ouvir nosso hino e beijo nossa bandeira com emoção.
Entre outros mil... És tu Brasil!
Você não veio
Rosa Pena
Sem vergonha de ser feliz
rosa pena
A paz finalmente invadiu o meu coração.Vejo o quanto Deus tem me dado. E como por vezes esqueci de dizer obrigada. Olho o sol e sorrio. Será que de longe eu vejo melhor?
Relembro o ontem tão perto e agora distante. O lançamento de meu livro novo, tantos amigos, minha família tão linda ao meu lado e eu me prendendo em duas ou três pessoas que não conseguem ver esse sol que se expõe só para quem tem olhos pra vê-lo.
Penso em meus ídolos, penso sem pretensão alguma que talvez eu já tenha virado uma referência para alguns. Se assim for , lógico que vem cobrança. Eu tenho que aprender a conviver com ela, ainda que por vezes ela machuque, mas merthiolate é incolor e nem arde mais. Passo um pouco nas antigas feridas e sigo agradecida a Deus e bem atrevida nas letras, na vida.Quanta coisa vou ter pra contar quando voltar pro meu lar.
Minha filha antes deu viajar disse-me: Mãe você é o maior barato.Só isso já vale um fã clube.
Vou de Mãos Dadas com Drummond e com quem mais quiser me dar a mão.
A vida é bonita , é bonita, é bonita . Você sempre teve razão Gonzaguinha.
Muito sem vergonha de ser feliz é bom demais.
Lisboa 2 de maio 2007
Mãos Dadas
Carlos Drummond de Andrade
Não serei o poeta de um mundo caduco;
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
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