Vida
Rosa Pena
— Este Jesus do presépio é o mesmo que você tem nesta corrente, machucado e preso numa cruz?
—Sim. É o mesmo.
— Acha assim mais bonito?
— Não!
— Quando eu crescer vou querer na minha corrente, o menininho no berço.
Feliz Natal
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Dezembrei
Rosa Pena
Porque você é uma pequena menina e tem um sorriso doce e luminoso que só as crianças ousam ter, bem mais que isso, porque faz do seu olhar curioso e da sua brandura a arma mais poderosa contra a descrença, eu lhe peço: Enfeita o meu pinheiro, não com bolas de ocasião, mas com as da coragem de seguir e pensar que nada foi em vão. Ah! É natal? Tem Papai Noel?
Finalmente dezembrei outra vez.
3 de dezembro de 2007
Foto: Vitória (neta da Odete Ronchi Baltazar)
Quando nossa segunda pele é poesia
A gente se veste dela para apaziguar o apetite de comer a lua, para dizer um tchau sorridente ao sol que se finda mais cedo, para brindar o cheiro que exala dos cabelos de algum apego, para gritar as frases não ditas, impróprias para uma platéia de crachá que avisa que a vida é feita de tristezas antigas, de desistência e cansaço, para pintar o rosto com as cores de algum sorriso esquecido embaixo da cama, coberta com o lençol do pé no chão, para desamarrar o cadarço do sapato da razão e sentir a umidade da terra que fecunda a ilusão de que nada foi em vão, para tecer com o canto dos colibris a gravata que sufoca a voz que tenta gritar:
— Não se perca do amor, pois na poesia todo e qualquer dia a gente pode reinventar essa sublime emoção.
Rosa Pena para Luiz Poeta
Lágrima
Rosa Pena
para Marici
grito mudo
que garoa insistente
nos olhos da gente
Câmbio
Rosa Pena
Uso e-mail.
Descarto alto-falante!
Sem patente
de coronel ou almirante.
Presta atenção tropa do povo
pro carinho
que vem do distante.
Bom dia gente.
Positivo operante?
outubro 2007
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