Terezinha, ai Jesus!

Rosa Pena

Terezinha foi presa. Atirou no pau do gato, seu terceiro marido, um adúltero pé de valsa que se enrabichou por um traveco de nome Marlene que dançava pagode como ninguém. Nunca teve sorte no amor.
 O primeiro era alcoólatra, adorava um limão batizado, virou ex.
 O segundo era laranja de um deputado, foi à luta depois do escândalo do mensalão. Esse último um puto gay.
Tanta ginástica, tanto botox, tanto silicone derramado.
 Ela declara que não se arrependeu de nada.
 Só ficou injuriada, pois o safado do gato boiola não morreu.

Rosa Pena

Fui
curva
chuva
sol
noite
dia
neblina
barranco
cratera
degrau
reta sem sinalização.

A placa enferrujada
jogada no matagal.

Bem ou mal
fui pedaço
do seu caminho.
Não diga agora
—Isola!
Você era livre.
Hoje mora
numa gaiola
fingindo que é ninho.
Passarinho preso
não pode dar
uma de pavão.



julho de 2007

Rosa Pena



Paella tupiniquim


INGREDIENTES:


2 kg de Lula picadinho.
1/2 kg de carne do frango Sarney cortada em cubos.
1 kg do polvo Collor cortado em tiras.
2 kg de mexilhão à Renan Calheiros.
1kg da pescada do Dirceu.
1 kg de arroz parboilizado pelo Fernando Henrique.
Uma cabeça de alho grande igual ao do Itamar.
Três unidades de qualquer senador.
Uma unidade de emissora de TV... Plim Plim!

1 kg da lingüiça defumada do Roberto Jefferson (cortada em rodelas).
1/2 dedo de pimenta “genoinamente” companheira.
1/2 kg do pernil de porco da Suplicy.
1kg de camarão Marcos Valério sem casca.Descasca ele todo!
Muitas cabeças de robalos do Planalto.
Coloque deputados a gosto!


Preparo:


Leve os ingredientes um a um para Congonhas.

O resto deixa por conta da Tam.


Bom apetite se conseguir!

Rosa Pena



Um beijo apenas.
Sem gelo ou limão.
Adoçado com ternura.

Quente, por favor!

Um abraço misto
da saudade do ontem
com a vontade do hoje.
Grelhado na chapa
de seu coração.

Depressa, meu amor!