Quando o carnaval chegar...
Rosa Pena
”Há quanto tempo desejo seu beijo
molhado de maracujá
tou me guardando pra quando o carnaval chegar”
Chico Buarque
Buraco para dois, leito sem roupa, incenso de capim sem senso. Um sopro manso, um céu que se deita no mar. Livros novos, que não serão lidos, um vinho branco que fica tinto ao nos olhar, línguas perdidas em bocas, um samba que não obedece ao enredo — improviso — flores mal-educadas que nascem sem pedir licença, vagabundos feitos sob medida — graças a Deus — risada vitoriosa, um sol assustado ao perceber que não vimos que trocou de lado, três dias de menstruação amorosa — folia de rei e rainha — fósforo aceso perto da palha: —Fogo!!!
Afinal, quarta-feira não é de cinzas? Que o braseiro fique lotado delas.
Midi/Quando o carnaval chegar/Chico Buarque
Para não dizer que não falei da Rosa
Charlyane Mirielle
para Rosa Pena
Amo teu jeito moleca travessa
E este olhar luz de alegria...
Gosto desta tua euforia,
me tonteando a cabeça.
Gosto de tua liberdade, mulher!
Que tem sempre um sorriso aberto
Que demonstra o coração liberto
Pra encarar o que der e vier.
Gosto desta leveza menina
E da força que teu nome passa
Gosto da garra e da graça
Que encanta, seduz e ensina...
Ah, este teu jeito, criança!
Com jeito de Estrela Senhora.
Mostra que o Amanhã é Agora
Escrito no Ontem da tua Esperança...
janeiro de 2008
*Dorgival é corno!
Rosa Pena
Se você colocou
bicarbonato na frieira,
pensou que quarta era
sexta-feira,
apertou o volume,
para aumentar a legenda,
misturou os cadernos do jornal,
perdeu o calibre e a mira
anda cansado de dar pena...
Não se irrite!
Entrou na idade
de tomar vacina pra gripe.
Mas se antena!
Sempre existe uma Alzira
para um Juvenal.
*Dorgival é marido da Alzira
Uma flor chamada Lílian
Rosa Pena
para Lílian Maial
04/01/2008
Há em mim algumas certezas e muitas ânsias. Quero um tanto de serenidade: nem muito, nem pouco. Nem tanto a ponto de só querer raízes fortes enterradas, imóveis a qualquer tempo, nem a fragilidade dos finos caules que tombam a qualquer vento. Não quero o permanente banal, nem quero o formidável para sempre. Quero o fogo que transforma, quero a água fresca e mansa que acalma, pois mora em mim a inquietude de um formigueiro, mas também habita em mim a cigarra “trovadora”.
Quero acima de tudo sentir que, entre ciência que me fez médica e a inconsciência que me fez poeta, ainda existem corações que num eletro acusam que amar uns aos outros nunca foi em vão.
Que venham transplantes de safenas cobertas de ternuras para almas nanicas.
Fernando Pessoa já dizia que tudo vale a pena, quando elas não são pequenas.
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