11/07/2006 15h27
Nossa desordem
Rosa Pena


Talvez seja poesia
sem rimas
rica ou pobre
sem ordem
noite ou dia.
Muito atrevida
lambuzada salgada
com labaredas
quando se aproxima
o momento
que o desejo imagina.
Sem quadrado mágico
tática ou esquema.
Boa tarde é só ensejo
para mandar meu beijo,
pois no tira- teima
você é que é o poema.
Já é hora do sol se pôr
meu amor?

Publicado por Rosa Pena em 11/07/2006 às 15h27
 
06/07/2006 11h10
Porque amar é muito bom!
Rosa Pena





Não, não é muito complicado entender porque escrevo tanto sobre amor. Fácil, facílimo mesmo. Ele é tão bonito, o único que não tem defeito por mais imperfeito que seja.
É o cara mais extraordinário desse mundo, que dança com a gente quando estamos tomando chá de cadeira, que canta melhor que qualquer Frank, seja debaixo do chuveiro ou no meio da reunião que define o destino de alguma gestão, que sofre de insônia para poder criar nossos sonhos, que vira sol para acariciar nosso rosto, que conversa alto com as estrelas, suspira safado para as paredes, brinca de esconde como qualquer criança, não tem um tico de medo de pagar algum mico. Difícil de se encontrar, fácil de se perder, mas vira sempre poema em qualquer conjuntura.
É flor que transpira o perfume que nos abraça. Com ele qualquer piada tem graça!
Sentimento que bate um bolão, nem precisa de taça pra ser campeão.

julho de 2006

Publicado por Rosa Pena em 06/07/2006 às 11h10
 
03/07/2006 11h58
Celebração à juventude
Rosa Pena
para Rafael Sabóia



Outras copas virão para você, quatro anos de espera não é nada. Você não tem a minha urgência. O tempo, esse bicho maluco, que para você é tartaruga e para mim tem asas, que para você é estático e para mim é dinâmico, não é nem nunca foi santo, mas para você ainda possui tanto encanto! Aí que reside à suprema magia. Agora é o seu tempo de vestir fantasias e brincar bem safado com ele. Animal selvagem nos seus olhos, que você desafia com a força de um tigre, agora é gatinho domesticado nos meus, se contenta em só ver o acontecer na TV. O tempo que por aí avança em esperanças, aqui retroage em lembranças. No seu relógio as alegrias pintam, aqui descascam por falta de tintas. Na pista da fórmula vida, a tristeza em você é Ferrari, o ontem virou muito tempo, aqui é um fusquinha usado, que enguiça logo na partida; ignição presa no mais longínquo anteontem. Suas angústias derrapam na pressa, as minhas estacionam na inércia. O tempo comigo é inclemente e teimosamente cismou em tatuar minha face, volúvel cultua agora só o seu rosto. Versátil e sábio calendário, que teima em matar a cada dia essa Julieta e renascer pleno nesse Romeu. Para você há tempo de abraçar muitas taças. Não esqueça na vigésima de mandar um beijo meu.

Publicado por Rosa Pena em 03/07/2006 às 11h58
 
29/06/2006 20h58
Sem fundamento
Rosa Pena



Nunca mais quero ouvir Wave. Fundamental era lhe amar e se não existe mais a segunda pessoa o verbo perdeu o sentido, mais que eu. Não quero ouvir que você está forte, muito forte com minha fraqueza, que vive muito bem sem mim. Grita, xinga, pede, exige, ordena sua vontade, impõe o seu desejo, me diz o que devo fazer. Não fica à margem, indiferente como se nada mais houvesse entre nós, pois assim viro mais espinho do que rosa. Vou continuar alheia às suas decisões de adeus. Permaneço lhe chamando de querubim, Peter Pan, meu amor, meu bem, por mais que eu tenha perdido a vez. Viro louca, se precisar rasgo dinheiro pra sentir um pouquinho do seu cheiro. E pode se espaldar de deboche dos meus excessos de “entes”. Sim: Incoerente, inconseqüente, indecente, improcedente, doente. Só não quero mais ouvir wave, pois me remete ao quase nua, quase sua, aos seus quase beijos molhando meu quase corpo e entre quases você fez meu sonho inteiro. Não pense que vou lhe dar o conforto de pensar que foi bom para você ter acabado comigo, pois você sabe que sem mim vira navalha sem fio, menstruação sem sangue, mar sem onda, apenas um rio corriqueiro, uma corda que não é bamba. Lembra de La Bamba ou prefere Ave-maria todo santo dia? Ignoro seus pedidos, faço o que tenho vontade, ausente ao rumo que você tomou. Só não ouço mais wave. Não e não! A não ser que você tampe meus ouvidos com suas mãos até que eu grite. Aumenta o som.

Publicado por Rosa Pena em 29/06/2006 às 20h58
 
05/06/2006 15h22
Eureka! Eureka!
Rosa Pena

Descobrir os teus olhos como se fosse a primeira vez que te olho. Descobrir tua boca como se ela já não estivesse úmida de meus beijos, brailear todo o teu corpo como se não soubesse cada cravo escondido. Descobrir tuas prévias atrevidas, teus movimentos indecentemente inocentes, tua força no de repente, tua delicadeza ofegante, descobrir que tua gula é igual a minha fome, descobrir que o distante virou atrito, que o contido virou gemido, descobrir que tuas imperfeições se encaixam de forma tão perfeita nas minhas, fechando o quebra-cabeça Adão e Eva. Descobrir que te amo demais.

Publicado por Rosa Pena em 05/06/2006 às 15h22



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