03/08/2006 09h41
Tortura nunca mais
Rosa Pena


O que produz meu calor
não é a coberta!
Quando você vem,
mesmo com a janela aberta
esquenta o ambiente.
Minha temperatura
varia com sua mão
que me aperta.
Meio-dia debaixo do sol
e eu sinto frio.
Saudades não têm hora certa.
Meu termômetro só obedece
ao seu assobio.
Se um pequeno si bemol
já me aquece
que dirá toda a partitura?
Abaixo a tortura!

Publicado por Rosa Pena em 03/08/2006 às 09h41
 
01/08/2006 13h30
Lá...

Policía recuerda quién te enseñó a leer

Lá como cá
Allá como acá

(Via @neomexicanismos)



 


Publicado por Rosa Pena em 01/08/2006 às 13h30
 
27/07/2006 12h46
Rosas na Palestina
Rosa Pena


Todas as manhãs abrir os jornais e ver rostos de crianças sorrindo estampados na primeira página. Não me surpreender que elas estejam felizes, pois isto é tão natural. Depois preparar o café da manhã com suco de frutas frescas. Não me surpreender que elas estejam suculentas, pois há tanta terra no quintal de nosso planeta. Abrir as janelas da casa e deixar a face limpa, sem filtro algum, ruborizando-se com os raios solares. Não me surpreender com a delicadeza deles, pois eles sempre souberam sua distância, nunca quiseram ser ultra-roxos, apenas violetas. Ver as pessoas fechando as portas de suas casas sem receio, sabendo que voltarão em algumas horas. Não me surpreender que elas estejam tão confiantes no retorno, pois voltas do trabalho não são incógnitas no império do bem viver. Ouvir todo e qualquer menino gritar que está atrasado para a escola. Não me surpreender que ele não use cola para cheirar, mas sim para prender seus enfeites nos cadernos. Ver os carros ausentes de buzinas, pessoas sem gritos desesperados, esperando pacientes os pedestres com seus passos elegantes, acenando um muito obrigado aos motoristas. Assistir o antecipar de braços, para aqueles que já perderam a força nas pernas. Não me surpreender com a afabilidade, pois ela é coisa comum entre os humanos. Varrer a casa com zelo sem receio de perdê-la, pois todos possuem uma, não existem apenas alguns donos para muitos ocupantes passageiros. Ver canteiros de margaridas e não pessoas feridas embaixo das pontes. Fazer o feijão com capricho e deixar que o tempero se espalhe pelas ruas até receber o arroz da vizinha. Misturarmos em um só prato e comermos juntas nas esquinas da existência, sem olhares de esguelhas de terceiros, mas sim olhares companheiros vindos da certeza que todos nós lemos o mesmo livro, onde a história era dividir a vida nas pequenas coisas, para fazê-la grande no todo. Rir de contentamento e não acordar de jeito algum desse sonho, uma Terra Santa sem dono, pois aquela foto no jornal foi erro de edição. Ela foi tirada num tempo de enganos. Não ficar desesperadamente surpreendida com a eterna ignorância do homem. Difícil acreditar que ainda hoje se use a mão para ferir quando existe o toque que afaga e faz florir. Não bastaram as rosas que não desabrocharam em Hiroshima?
Quero muitas vivas, de todas as raças e cores, na Palestina.

Publicado por Rosa Pena em 27/07/2006 às 12h46
 
20/07/2006 19h12
Sem juízo
Rosa Pena


Na cama meu cobertor
na tela meu protetor
no coração bem guardada.

Pra onde olho
há uma imagem da sua foto.

Sei que você
Ah! Eu sei sim!
Acabou de abrir um belo sorriso
ou é o meu espelho que perdeu o juizo?
Te vejo em mim.

Publicado por Rosa Pena em 20/07/2006 às 19h12
 
15/07/2006 12h08
Ação!!!!!
Rosa Pena



Se eu fico só
viro camera
filme
tela
projetor.
Faço da escassez do amor,
uma novela.
Finja que vai embora.
Sei que na última hora,
não me deixará de espectador.

No The end
rola um beijo avassalador.
Ação por favor!

*

Publicado por Rosa Pena em 15/07/2006 às 12h08



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