28/01/2009 15h57
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Manifesto do poeta
Rosa Pena


Para uma poesia alegre um buquê com flores viçosas coberto de pétalas frescas orvalhadas, rimas mais preciosas que esmeraldas e rubis do anel que tu me destes, uma lua bem cheia e a mais bela cadente envolvendo nosso porta-retrato sobre o criado-mudo de espanto com todo o amor que a foto traduz.

Para uma poesia triste um buquê de flores murchas, mortas vivas, rimas artificiais como bijuterias, um minguante de lua e um cometa decadente sobre o criado-surdo ao amor que tu me tinhas, que era pouquíssimo e babou, o amor, não a poesia, pois alegre ou triste ela não deve sofrer à síndrome do descaso.

Poetas, ainda que de celular, falam com borboletas, pedras, estrelas...


 

Publicado por Rosa Pena em 28/01/2009 às 15h57
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25/01/2009 23h50
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Último Recado
Rosa Pena

Nosso amor era conectado
beijos no acesso discado
abraços no e-mail trocado
paixão no poema enviado.
Nós dois.

Hoje dou uma espiada
percebo a tua esfriada.

Nada na minha caixa de entrada.
A tua deve estar lotada.
Novo amor?
 
Sinto que não é apenas,
fim de um dia de expediente,
acabaram-se as cenas,
ficou um coração carente.
O meu.
 
O PC agora será desligado,
outlook ficará fechado
lembranças deliciosas do passado.
 
Saudades só de um lado.
Romance terminado.
O nosso.
Um último recado.
Você foi amado. 

2003
 

 

Publicado por Rosa Pena em 25/01/2009 às 23h50
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16/01/2009 20h52
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 Quando emudece um coração
 
Rosa Pena

   
   

  Não me largue, por favor, não me largue. Não se afaste de mim, tenho medo desses lugares incertos e de carinhos vagos. Não me trate como uma música que só é importante na estréia, depois fica de lado, por vezes lembrada com uma certa melancolia do tempo em que a fez. Sim, sou composição sua, mas um pouquinho mais que um dó ré mi. Nada substitui seu corpo de mãe perto do meu. Não perca a luz crescente de meus olhos, minha fala inocente, meu sorriso principiante. Não me perca de vez, por favor, não perca a minha infância. Não permita que eu me desprenda tanto do sentimento filial que seu nome seja um silêncio triste em minha boca, que meu coração esqueça que cresci com o leite que me ofereceu quando nasci. Sou tão criança para virar órfão de mãe viva.

  Por que arruinou tanto a nossa relação, a ponto de nos encontrarmos apenas numa minissérie onde eu miseravelmente tenho apenas uma pequena participação como ator? Sirvo somente para ilustrar o tamanho do seu egoísmo. Maior do que ele apenas o seu talento como cantora. Era grande, apesar de você ter feito dele um tormento  e eu, coitado de mim, virei diretor desse e da sua falta de amor com outro que não fosse seu próprio umbigo. Obra prima ou castigo fiz eu comigo?

Publicado por Rosa Pena em 16/01/2009 às 20h52
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23/12/2008 17h07
Feliz 2009
  Que & Porque! 

Rosa Pena


Que você ganhe a lua!
Minguante de tristeza
Crescente de carinho
Cheia de amor
Nova de esperança.

Que venha muitíssimo mais!

Que a saúde seja a bonança.
Doença coisa que nunca alcança.

Que na peneira
do seu garimpo
a paz seja a pedra
de maior valor.

Imite seu criador.

Que perdoe a asneira
do seu maluco beleza
e não passe a limpo
seus momentos de dor.

Que ao se mirar nua
o espelho grite:
- Você ainda bate um bolão!
De senha aos marmanjos na rua.
Esnobe até o Brad Pitt...

Que 2009
seja abundante
em love.  


A felicidade escolheu você.
Por que?
Ela tem um quê
de intuição! 



 

Publicado por Rosa Pena em 23/12/2008 às 17h07
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12/12/2008 13h19
Natal....


Porre de paz  
Rosa Pena 


 


Voltando no tempo vem à lembrança dos antigos Natais. Havia somente frango vivo até a véspera da ceia, peru era coisa de rico. O negócio era criar o bicho para o Natal.
 
 Rezava a tradição que dando um copo de cachaça ao penoso, antes de matá-lo, a carne ficava mais macia. Virada de ano: Criança dormia enquanto o pai virava o copo. Papai Noel só chegava dia vinte e cinco e trazia um presente para cada pessoa. Atualmente a gurizada, de classe privilegiada, ganha tudo tão fácil e em qualquer dia. Não precisa fazer por merecer.

Nestes dias de final de ano, para se livrar da culpa, aparecem tantas as campanhas para presentear os mais carentes com pelo menos uma refeição digna, como se uma ceia no final do ano matasse a fome de doze meses! Até ficamos mais sensíveis, o sorriso mais fácil, o aperto de mão bem caloroso, menos resistência com aquele menino que vende balas no sinal, todo mundo se abraça e clama por serenidade, fraternidade.

 
Talvez este clima de fim de novela, luzes, cores, som, funcione como a cachaça. Deixa o coração mais macio, a alma mais tenra, quase Sadia!

Então porque não permitimos a nós próprios, que este porre dure pelos próximos 364 dias?


Não fale somente de Paz. Pratique-a no dia-a-dia se for capaz. Afinal, somos ou não somos iguais também em janeiro, fevereiro, março...



*
A paz é invisível
A gente apenas sente,
mas fica um bocado contente.
 
Rosa Pena


 

arte Simone CZ.


Publicado por Rosa Pena em 12/12/2008 às 13h19
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