Improvável do Impossível
Rosa Pena


Hoje, desejo um Malbec legítimo de Mendonça, que me dê forças na alma. Até ontem eu queira ganhar na sena, queria que minha glicose baixasse pelas graças do Aladim, queria não precisar cantar "que país é esse". Mas, o “”papacurasteiro’ pai de Santo passou por aqui hoje, me deu três passes e tudo mudou. Nesse exato momento eu não quero saber de taxas do sangue, da casa, do carro. Quero mesmo um vestidinho que mostre minhas coxas, uma escova progressiva eterna, o andar da Gisele. Não abro as Olimpíadas, mas escancaro pro Cauã, torço os quadris, luxo a alma e depois dou um tchauzinho de costa como a Minelli cantando Single Ladies. Um sorriso a Marilyn, uma boca Angeline Jolli também podem cair bem . Olhos postiços? Azuis. Quero ser rica de cultura googlegliana, saber a wikipedia dos pés a cabeça. Rio Madeira? Afluente do rio Amazonas. Ser linda e inteligente. Conhecer todos os países que ainda não estão no mapa. Aquiexaustão, medalha de bronze em cuspe a distância. Quero dormir sem remédio, comer muito carboidratos e todo o chocolate do reino da bruxa de João e Maria. Solta o som, a luz e eu a fera ferida. Voltei a ter sonhos. Não é mole ficar feliz por perceber que acordou viva e a dorzinha do pé melhorou. Afinal, eu estou na era da Pandemia com o um demente de presidente. Voltei mesmo? O Improvável do impossível.
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 17/11/2020





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