Não aprecio aqueles que para valerem os seus direitos usam até de violência. O motorista que se o sinal estiver aberto pra ele, atira o carro no transeunte para mostrar que ele está com a razão. O inflexível na fila com um carrinho lotado que não deixa a moça com só um artigo passar, pois ela que vá para a caixa de poucos volumes. Na sala de espera do doutor o senhor com o rosto contorcido de dor tem que aguardar, pois a vez é da executiva que não paga por plano e passa a ter prioridade ou mais ainda, esperar o doutor que pode atrasar quanto quiser.
Aqueles que só ouvem o que falam, são viciados em dizerem que passaram momentos difíceis na vida, (como se só eles tivessem passado) e isso desse-os o privilégio da verdade. Juízes da alma.
Aqui caberiam mil exemplos do “Eu estou correto, logo não abro mão de nada”, ainda que esse tipo de atitude sacrifique uma sociedade que poderia ser mais entrosada, atuante e menos agressiva.
Não tenho nada contra aos direitos de cada um em si, mas a sua execução nas mãos de gente mesquinha é uma faca afiada. Nada de concessões absurdas, mas vale lembrar o jeito debilitado de nossa vidinha por conta de uma altivez medíocre, que em vez de fazer valer à vera os direitos dos cidadãos, desmorona os princípios de coletividade.
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 09/09/2018
Alterado em 09/09/2018