Rosa Pena

Marquinho nasceu órfão e depois de passar por diversas mãos, escolheu morar com seu tio Paulo.
O tio não era o máximo, pelo contrário, fazia muitas lambanças, mas passou a ocupar o lugar de tutor por eleição do próprio rapaz. Não havia sido imposto pela justiça e sim fruto da escolha dele que apostou naquele tio, talvez por ver que os outros eram bem piores do que o controvertido Paulo.

Quando completou dezoito anos, maioridade no papel, seu tio lambão fez uma bela festa para o rapaz.

 Todos foram felizes da vida aproveitar o festão sem se preocuparem da onde teria o anfitrião tirado o dinheiro para essa comemoração tão bonita, até porque festa é coisa que todo mundo gosta.

Na hora dos parabéns titio levantou o champanhe para fazer um brinde e muitos que lá estavam, se babando de satisfação, resolveram com a boca cheia de docinho vaiar o dono da casa.

No susto a bebida derramou e sujou a toalha branca tão bela!
Paulo se retirou e a festa continuou bem alegre, porém, na foto para a posteridade eternamente aparecerá essa toalha maculada pela falta de educação e ética de um bando de maiores na certidão que conseguiram provar que não conseguem distinguir gestos de manifestação de alegria aos de descontentamento. Cada um no seu momento.

 Mas será que quem mais grita não é a turma do "to nem aí" e que tem grana pra curtir toda e qualquer festa?

É uma pena que se confunda o exercício de cidadania com lançamento de burrice a distância. Nessa última modalidade acho que os puxadores da vaia ganhariam medalha de ouro. Que se pense nela para as Olimpíadas que provavelmente será bem longe daqui. 

   Quem sabe no Haiti? Ou pobre, ainda que sem dente, não merece sorrir?