Século difícil. Exige de nós um vigor, um astral que já não temos. Ter que pensar dez vezes se vai ou não a Paris? Tá louco. Ver que o que era Doce se acabou! Drama.
Lutar contra sentimentos complicados, nos perguntar se é real a democracia, se ainda existe um resquício mínimo de possibilidade de um renascimento. Não é todo dia que temos coragem para questionar o que fizemos... deixamos o mundo Pet Shop Mundo Cão.
Qual é o rumo que realmente quisemos dar a vida?
Mariana percebeu que foi trocada. De 44 por 36. Se sentiu uma blusa. A despedida foi seca. Gostaria de ter ouvido palavras mais sentidas, ainda que mentirosas. No início foi comparada a dançarina azul de Degas. Que queda! E ainda sonhava com o último tango em Paris. Ah! Cidade Luz em trevas como ela.
Aparece outra e a demissão é fria e rápida. A traída gela de raiva, mas o grito fica congelado!! Ri, pois o riso esconde o sentimento de derrota. Um tchau ridículo depois de tantas safadezas na cama, de tanto beijo na boca, de tanto Miojo à meia-noite, de tanto cheiro no cangote.
Tsunamis de lágrimas entre blush e batom. O rosto vira lama.
Nunca mais saberá se quando ele acorda sente dor nas costas. Nunca mais saberá se quando ele liga a TV adormece imediatamente.
— Será que é isso? O amor dá as caras de vez em quando? Algumas agradáveis outras nem tanto? Por vezes é só tesão? Estranho dividir a cama com alguém que depois vira um estranho ou ficar asfixiada numa relação por conta de filhos, sociedade, medo de um divórcio, empobrecimento por dividir em dois o património. Por mais simples que pareça e seja lá por que motivo for, o "impeachment" (de qualquer uma das partes), cria um vácuo existencial e a vida perde a lógica se o coração ficar oco.... Maldita volta dessa ditadura da solidão. Merda de existência.
Vá para a “#Cunha” que pariu!
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 09/12/2015
Alterado em 08/11/2016