AGOSTO
Rosa Pena
Quando te via ficava mais ousada
minha pele toda aguçada
navegava nos teus olhos intangíveis
criava sonhos impossíveis.
Por ti estava extinto
todo e qualquer projeto
Aceitava ser mulher objeto.
Mudava meu rumo
perdia com prazer o prumo.
Prisão com tortura
acorrentada na noite escura,
ser a outra: A impura.
Tiraria meu retrato de noiva da moldura.
Por teu gozo?
Colocaria até cor no grito!
Nada mais seria perigoso
muito menos esquisito.
Como gostaria de ter sido tua
naquele agosto
Ah! Teria agora
como reviver teu rosto.
agosto de 2000
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 04/12/2004
Alterado em 02/10/2008