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A mulher do Barone; Müller Barone, dono do palaque marginal; a filha do barone; a ex-mulher do barone, rosa pena e a sócia do palanque marginal.
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         Um lugar chamado Müller!

                         (um baronato que é um barato)

                             Rosa Pena




Em certas ocasiões na vida, mais que dinheiro, mais que sucesso, a gente precisa de um sorriso amigo. Tem certas ocasiões, se tem! em que se vê a vida maldita, aí o que a gente precisa é de um beijo beijado para senti-la inteiramente bendita.


Ligo para ele e marcamos um encontro. Um amigo de tantos anos chegou. Um formigar secreto de ânsia e curiosidade, de vontade e de verdade se instala em meu peito.

Chego ao bar do Vinícius depois de inúmeros telefonemas “é aqui... lá”.

A certeza de que as coisas incertas são as mais certas, seu carinho preciso e ambulante tenho agora nas mãos, tenho também nos olhos, nos ouvidos.

A fantasia perdeu um pouco (só um pouquinho) das asas e cravou raízes no chão.

A magia aumentou!!!


Um abraço longo guardado lá no antes, no quando, escondido entre as relíquias de um coração encantado desde algum dia em 2002, explode. Um momento de vida importante que registra duas almas semelhantes onde reina a transgressão às normas estabelecidas, como a de que filé mignon é carne de primeira e toucinho é coisa pouca, onde não existe necessidade da aprovação coletiva do bonito e do feio, a negação da unanimidade dos sentidos com suas afirmações sem consistências, que o melhor perfume é o francês, a pizza mais gostosa é a italiana, onde a grande coerência do pensamento consiste nas contradições do certo e do errado, confirmamos de forma plena no primeiro olhar.

Sento entre o Marginal & Cia, e quem disse que eu não os conhecia há mais de 10 mil anos atrás? Raulzito endossa da onde estiver.
Barone sorri aberto, Tuninho também. Marginalizam-se bem à vontade.

As meninas "baronais" me aquecem com tanto carinho que acabo virando uma delas.


Flores brotam na mesa, luas nascem nos olhos, anjos dançam Rock and Roll.

O início do outono primavera nesse bar poesia.
Oscar Peterson batuca samba num pandeiro e Charles Mingus roda o chapéu. Ambos espelham os rostos de Chico e Jobim. Moraes já está de porre com Drummond. Leminski sorri feliz.

Poemas adoçam a caipiríssima!


A hora, eterna antagonista do prazer, insiste em voar.


Despeço-me deixando meu brinco para a herdeira do baronato. Despeço-me mesmo é com muita vontade que fiquem com um pedaço imenso de mim.


Ele e elas?
Já moram inteiros no meu jardim.



*para Müller Barone, dono do bar e site Palanque Marginal e a galera linda que veio com ele de Curitiba.Obrigada!
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 02/04/2007
Alterado em 20/09/2008
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