Alguns sopros de vento que entram pela janela esquecida entreaberta, roupas mais aconchegantes, conversas calmas entre chocolates quentes, leitura de um livro anônimo enroscada num cobertor, cantarolar uma música antiga que soa nova aos velhos ouvidos, sentir o cheiro do mar sem a proximidade dele, querer as mãos, que sempre aqueceram as minhas, cada vez mais carinhosas, o silêncio sem culpas e muito menos desculpas por ele, o banho fervendo criando uma deliciosa neblina nos espelhos, um lugar chamado NottingHill desde que seja meu lar, a ternura de minha neta que nunca se cansa de mim e me quer sempre mais, minhas avencas na varanda, ler o jornal sem pressa com café a minha espera, a memória do rosto de minha mãe no outono dela quando eu ainda era verão, o quanto já não faço mais questão em ser maravilhosamente perfeita, não sentir medo dos olhares pensantes, críticos e cítricos, com a vida alheia.
É andar sem estar na corda bamba!
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 28/05/2012
Alterado em 02/06/2012