Beijinho, beijinho;
tchau, tchau 2011
Rosa Pena
Dois mil e onze está prestes a acabar. Este ano correu devagar.
Expôs o vigor do tempo (corre adoidado) em cada estação, apesar delas agora se misturarem. Brotam milhares de flores no outono, no verão vestimos casaco, no inverno usamos o ar-condicionado, na primavera guarda- chuva. Até elas estão confusas com a zona reinante.
Dois mil e onze está quase no final. Quase? Por Que Parou? Parou Por Quê?
Foi ou é, como qualquer ano, repleto de chegadas e despedidas, com taças transbordantes (ora de espumantes, ora de vinhos secos).
Nesses onze meses abdiquei de algumas coisas, entre elas do meu jeito moleque. Aninho estressado, de lágrimas escondidas e choro alto, de sorrisos despedaçados, nascido dos sapos engolidos, e riso feliz, basicamente para um anjinho lindo que chegou para me desmentir. Viva 2011!
Perdi-me algumas vezes de mim e muitas de “alguns” que já foram pronomes bem definidos em minha vida e atualmente são totalmente indefinidos.
Dois mil e onze termina depauperado, usado e abusado, mastigado, engolido pelo desencanto, não só meu, mas no mundo inteiro. Cadê a esperança que estava aqui? Algum Obama- Sarney comeu. Lá vai o gato atrás do rato! Lá vai o gato atrás do rato!Lá vai o rato. Lá vão os ratos. Ratada safada.
Ninguém sai ileso quando perde a capacidade de ser Xuxa pra agradar baixinhos e altinhos. Ninguém sai intacto quando bota a boca no trombone pra avisar que respeito é imprescindível em todos os momentos. De repente, você que era tão alegre com astral maravilhoso, virou velha e chata. A resposta a sua rebeldia de querer ser você, vem rápida: Solidão.
Estranhamente começo a gostar desse isolamento.
Ouvir só a voz macia do John Pizzarelli cantando Beatles é muito bom! À hora em que eu achar ótimo!!! Beijinho, beijinho; tchau, tchau. Pro ano, pros ratos, pros indefinidos, pro face, pro book...