Dói mais que um parto, esse segredo místico viajando pelo tempo, que se insinua em meu coração como um milagre prestes a ser, ainda que pelo avesso, um caso de amor, romance seria pedir muito, apesar de sentir-me a Hilda Hilst (um Furacão) e pensar nele com a admiração que tenho pelo Drummond.
Um poema, ao menos um... "Esclareçamos o assunto. Nada de beijo postal. No Distrito Federal. O beijo é na boca e junto”.* Carlos, Carlos, Carlos, me empresta esses seus versos?
Busco na memória o que não houve e rastejo pequena e triste, miseravelmente melancólica pela poeira do passado. Disfarçada de feliz, levo em mim uma incrível vergonha da crença neste amor inexistente, da "fé-esperança" de que subitamente, antes do fim do mundo (não era hoje 11/11/11 ?), aconteça uma entrega de almas, apesar de.
Dói mais que um parto que apesar do “apesar de", eu persista em crer que um dia secarei com a minha língua os olhos dele molhados de devaneios por mim.
E o beijo? Nada de por e-mail, finalmente nas bocas e bem juntinhos!
"Esclareçamos o assunto.
Nada de beijo postal
No Distrito Federal
o beijo é na boca e junto" *Poema de Carlos Drummond de Andrade para Hilda Hilst.
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 11/11/2011
Alterado em 16/11/2011