Só mais umazinha
Rosa Pena
Clarinha ensaiou milhares de despedidas, tantas ou mais do que as escapulidas dele. Ela perdoou infinitas vezes, mas se apaixonar por trubufu? Essa atual conquista conseguiu ser mais feia que a fome no terceiro mundo.
Agora não tem mais volta! Solamente revolta. Nem sabe o porquê de ter aceito esse encontro pra DR no refúgio que testemunhou “Ah, se já perdemos a noção da hora”. Discutir uma relação que foi? Nada do que ele dissesse mudaria o fato de ela ter sido trocada por aquela baranga pançuda.
Quantos chocolates perdidos por nada!
Ensaiou derramar lágrimas na hora certa, um silêncio eloqüente, uma puta chantagem emocional, atiçar a troca de fogo cruzado, avivar o sentimento de culpa (cafajestes sentem isso?), plantar um ar de carente no rosto e mais trilhões de jeitos e efeitos especiais (Spielberg que se cuide, o Oscar 2012 nessa categoria é seu) para que ele se sentisse exatamente o que é: um perfeito canalha.
Deixou as olheiras ficarem mais roxas do que já estavam. Usaria preto-caixão. Luto!
Subitamente o gênio da Smirnoff pulou da garrafa vazia e proferiu:
— Vai dar esse mole?! Vingança é um prato que se come frio... Gelado!
Um lápis no olho de forma bandida, um vestido mais justo que deus, um ar cansado de quem bateu coxas noite adentro e um adeus triunfal. Ele que implorasse por um beijo seu e ouviria um sonoro não. Nada de blábláblá e choros melancólicos. Aliás, adeus é forte demais! Muito dramático. Um tchau sem tragédia, um até mais ver, vai pela sombra, cuidado com a chuva, cuida do Rex, seja feliz!
Ele chegou uma hora antes do combinado, entrou sem tocar e encontrou-a debaixo do chuveiro cantando: "Solamente una vez amé en la vida!"
Ela brecou no dó maior e só conseguiu balbuciar:
— Ensaboa minhas costas, mas não demora. Vitela é um prato que se come quente... Quentíssimo!
Rosa Pena
Clarinha ensaiou milhares de despedidas, tantas ou mais do que as escapulidas dele. Ela perdoou infinitas vezes, mas se apaixonar por trubufu? Essa atual conquista conseguiu ser mais feia que a fome no terceiro mundo.
Agora não tem mais volta! Solamente revolta. Nem sabe o porquê de ter aceito esse encontro pra DR no refúgio que testemunhou “Ah, se já perdemos a noção da hora”. Discutir uma relação que foi? Nada do que ele dissesse mudaria o fato de ela ter sido trocada por aquela baranga pançuda.
Quantos chocolates perdidos por nada!
Ensaiou derramar lágrimas na hora certa, um silêncio eloqüente, uma puta chantagem emocional, atiçar a troca de fogo cruzado, avivar o sentimento de culpa (cafajestes sentem isso?), plantar um ar de carente no rosto e mais trilhões de jeitos e efeitos especiais (Spielberg que se cuide, o Oscar 2012 nessa categoria é seu) para que ele se sentisse exatamente o que é: um perfeito canalha.
Deixou as olheiras ficarem mais roxas do que já estavam. Usaria preto-caixão. Luto!
Subitamente o gênio da Smirnoff pulou da garrafa vazia e proferiu:
— Vai dar esse mole?! Vingança é um prato que se come frio... Gelado!
Um lápis no olho de forma bandida, um vestido mais justo que deus, um ar cansado de quem bateu coxas noite adentro e um adeus triunfal. Ele que implorasse por um beijo seu e ouviria um sonoro não. Nada de blábláblá e choros melancólicos. Aliás, adeus é forte demais! Muito dramático. Um tchau sem tragédia, um até mais ver, vai pela sombra, cuidado com a chuva, cuida do Rex, seja feliz!
Ele chegou uma hora antes do combinado, entrou sem tocar e encontrou-a debaixo do chuveiro cantando: "Solamente una vez amé en la vida!"
Ela brecou no dó maior e só conseguiu balbuciar:
— Ensaboa minhas costas, mas não demora. Vitela é um prato que se come quente... Quentíssimo!
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 16/08/2011
Alterado em 09/09/2011
Alterado em 09/09/2011
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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