absinto
Rosa Pena
No jantar
o luar
será meu par.
Sem luz
apenas a vela
revela
o que meu rosto traduz.
Uns goles de absinto
algumas flores no recinto
minhas saudades repinto.
A boca com gosto de anis,
solta o que o coração diz.
-Sem ti,
não há como ser feliz.
Muitos sorrisos envolvem a mesa.
Falei alto com certeza!
Amanhecendo viro acompanhante da tristeza.
-Garçom!
Mais um gole da fada verde.
* * *
Nas horas de descanso, Toulouse-Lautrec não deixava de dar suas bebericadas.
Oscar Wilde e Paul Verlaine escreveram poemas em seu louvor. Degas, Manet, Van Gogh e Picasso fizeram o mesmo em seus quadros.
Um pouco antes, o Absinto era um precioso elixir medicinal recomendado por ninguém menos que o filósofo Hipócrates e o matemático Pitágoras.
Também conhecido como "fada verde".
Hoje considerado por muitos alucinógeno.
*
26 de fevereiro de 1997
ISBN/7786548
gravura/ Renoir