Tarja Branca
 
    Rosa Pena
 
 
De repente você descobre que ainda tem uma boa vida pela frente e não sabe exatamente o que vai fazer com ela.

Você percebe que já alcançou suas metas pessoais.
A árvore deu frutos, o filho casou, o livro virou plural. Seus projetos sociais em busca de um mundo mais justo são transformados em dólares que vão parar dentro do sapato de alguém em quem você acreditou e elegeu.

A desdita, que antes era algo que só acontecia com os outros, agora virou apenas uma questão de tempo. Você tateia no vazio e sente um cheirinho de depressão no ar. Amigos muito queridos partem tão de repente! Entre tarjas pretas tenta não perder o sorriso.

Escrever para mim continua sendo a melhor forma de mudar a direção desses ventos de desânimo. É o meu remédio sem receita e sem bula. Totalmente livre (não obedece nem a nova reforma ortográfica) e não possui nenhuma contra-indicação.

A tarja vai depender dos rumos que a história tomar. Na maioria das vezes ela vem com o tom da paz, em alguns momentos fica rubra de raiva e em raros traz as cores do arco-íris. Nesses até minha alma assovia e meu riso dobra de contente. Por conta dessa alegria, num planeta tão incoerente, muita gente me chama de maluca.

Será que eu sou?




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Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 09/06/2010
Alterado em 09/06/2010
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