Nada será como antes!
Rosa Pena
"Resistindo na boca da noite um gosto de sol"
(Milton Nascimento / Ronaldo Bastos)
Manhã de vinte e seis de dezembro de 2009 e a garotinha de cinco anos olhou sua princesa vestida de boneca que ganhou na véspera, numa festa estranha onde tinha uma mesa entupida de comida, mas ninguém comeu nada. Todos só pensavam em beber muito e falar alto, quase todos juntos, quase gritando, quase malucos, quase alguma coisa que talvez entenda quando ficar adulta.
Existia uma árvore cheia de enfeites com um monte de embrulhos em volta e de repente um cara começou a berrar para quem era o pacote da vez. As pessoas abriam seus embrulhos e ficavam com a cara triste, logo não era presente, mas sim algum castigo ou dever de casa.
Numa determinada hora beberam mais animados só que agora num copo mais bonito e com uma exclamação estranha!Feliz Natal!
O que será isso que adulto diz por dizer entre copos? Melhor brincar com sua princesa adormecida.
A tia acordou amargurada. Quanta comida desperdiçada, quanto papel amassado, quanto presente inútil que voltará para a loja e ciclicamente voltará para alguma árvore num próximo vinte e cinco de dezembro de outro ano perdido num calendário.
Novamente haverá um porre coletivo em nome de alguém que já se estressou em renascer e ver o sol que criou para aquecer, virar fogo que queima.
Nada terá mudado, pois o homem depois que desaprendeu a ser humano nunca mais conseguiu acariciar seu semelhante, seu planeta. Afinal ele é um bem comum ou nem é mais bem? E ela que já foi zen.
Ah! Cometeu um engano. Algo terá mudado sim. A garotinha já saberá que ganhou apenas uma boneca vestida de princesa. Provavelmente irá trocar por uma Barbie mais moderna.
Rosa Pena
"Resistindo na boca da noite um gosto de sol"
(Milton Nascimento / Ronaldo Bastos)
Manhã de vinte e seis de dezembro de 2009 e a garotinha de cinco anos olhou sua princesa vestida de boneca que ganhou na véspera, numa festa estranha onde tinha uma mesa entupida de comida, mas ninguém comeu nada. Todos só pensavam em beber muito e falar alto, quase todos juntos, quase gritando, quase malucos, quase alguma coisa que talvez entenda quando ficar adulta.
Existia uma árvore cheia de enfeites com um monte de embrulhos em volta e de repente um cara começou a berrar para quem era o pacote da vez. As pessoas abriam seus embrulhos e ficavam com a cara triste, logo não era presente, mas sim algum castigo ou dever de casa.
Numa determinada hora beberam mais animados só que agora num copo mais bonito e com uma exclamação estranha!Feliz Natal!
O que será isso que adulto diz por dizer entre copos? Melhor brincar com sua princesa adormecida.
A tia acordou amargurada. Quanta comida desperdiçada, quanto papel amassado, quanto presente inútil que voltará para a loja e ciclicamente voltará para alguma árvore num próximo vinte e cinco de dezembro de outro ano perdido num calendário.
Novamente haverá um porre coletivo em nome de alguém que já se estressou em renascer e ver o sol que criou para aquecer, virar fogo que queima.
Nada terá mudado, pois o homem depois que desaprendeu a ser humano nunca mais conseguiu acariciar seu semelhante, seu planeta. Afinal ele é um bem comum ou nem é mais bem? E ela que já foi zen.
Ah! Cometeu um engano. Algo terá mudado sim. A garotinha já saberá que ganhou apenas uma boneca vestida de princesa. Provavelmente irá trocar por uma Barbie mais moderna.
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 28/12/2009
Alterado em 02/01/2010
Alterado em 02/01/2010
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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