Que onda...Que cara...Que bunda!
Rosa Pena
Falta sol no Rio e eu desboto até a alma quando visto casaco. Chamo a brisa muito fresca de bicha louca, tia velha que odeia praia. Ando cansada do carro de janela fechada por conta do frio, dos pedintes, dos assaltos. É uma droga não poder sorver o ar carioca e respirar o sorvete de pistache Itália. Restou ouvir o Caetano cantando com aquele jeito gostoso A Cor Amarela. Que onda, Que onda, Que onda, Que cara, Que bunda, Que bunda! Esse baianês mexe comigo demais, me faz sorrir e traz o astro rei cheio de ultravioletas pro meu peito redirecionando meus pensamentos para um passado recente onde não existia tempo ruim.
O ruim era só em novela até o penúltimo capítulo. Às vezes ele também surgia em algumas das histórias que meus pais contavam. Doença e morte eram corriqueiras pra quem tinha mais de cinqüenta. Agora sou eu quem ouve de minha filha... Pô, mas como morre conhecido seu! Penso que o maior motivo da causa mortis na atualidade, com tanto avanço na medicina, é a depressão. Ouvi em algum lugar que em 2020 mais de 80% da classe média sofrerá desse mal. Acho que 50% já deve estar sofrendo e a minha alegria escandalosa anda um tanto sem propósito. As conversas atualmente giram em torno de cloridrato de sertralina, frontal, pressão alta. O motivo de riso solto virou privilégio dos donos de valores distorcidos, dos desprovidos de qualquer valor ético ou moral. Tenho certeza que o Sarney deve estar cantando pra nós que exigimos um mínimo de respeito...Que onda, que onda, que onda.
Nelsinho Piquet que provocou um sério acidente, deve estar se acabando de rir dos babacas que pagam multa por dirigir possuídos por um chope. Não falo dos que dirigem bêbados, estes, realmente, são tão sem moral quanto ele. Legalizam-se bingos, Dilma mente na maior, Lula não sabe, não viu, exceto o pré-sal, que ele sabe tudo. Que cara!
Campanhas contra AIDS, HPV, DENGUE, são substituídas pela eterna discussão no senado se ovo saiu da galinha ou se ela saiu do ovo, enquanto Ana Maria Braga manda colocar farinha e transformar a briga em empadinha. Mais um ano que corre ligeiro. Está chegando a primavera com flores desonestas, antes eu comprava um buquê na sexta-feira e ele durava até a outra, agora elas morrem no domingo. Se eu quiser coisa viva compro flor falsificada, de plástico, que é imortal que nem o Collor na academia de letras.
Breve chegará o Natal com um papai Noel trazendo o bispo Macedo, o Garotinho, a Marta Suplicy, Sarney, Renan, os tios, os primos, genros, amantes, enteados, conhecidos no saco ( tudo farinha do mesmo) e o povo brasileiro como se sofresse de esclerose vota novamente neles. Em cartaz: O Retorno dos que nunca foram parte XXV. O Pelé foi xingado quando disse que brasileiro não sabe votar. Sábio da cabeça aos pés!
Enfim chegará o bendito verão e com ele o BBB para poder finalizar a música do Caê. Que bunda, Que bunda, Que bunda! E o Bial chamará essa cambada de heróis! Caráter de silicone fica grande?
Sinto que para as crianças sorrirem bonito no futuro só se investirmos no clareamento dos dentes.
Será que eu já estou na estatística?
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 21/09/2009
Alterado em 25/09/2009