Foi mal barata!
Rosa Pena
Quando era jovem, os homens bonitos e atraentes eram chamados de “pão”.Existia também o sexy, o “cafa” (de cafajeste), mas no sentido de mulherengos, e não no sentido real da palavra, os bonzinhos, os simpáticos. Ser chamado de simpático era trágico para a virilidade masculina. Era o passaporte para: “apenas bons amigos”. Na juventude isso é derrota.
Mais adiante aprendi a nomear os homens atraentes de gato.
Os boa-praça eu denominei-o de cão, futuro amigo. Estes quando do sexo masculino são algo de maravilhoso. Não competem, mas sim torcem por nós.Os “cafas” são atualmente os “galinhas”.Homens-galinhas é um termo que não consigo adotar em meu dicionário. Não sei, mas não simpatizo com o termo galinha nem para o feminino, que dirá para o masculino, para definir o grande comedor. As coitadinhas não são aves belas e sedutoras, não são sequer dotadas do instinto de caça. São animais domésticos, frágeis quase patéticas comendo seu lixinho, ciscando ingenuamente aqui e ali, colocando ovos, para nós nos deliciarmos. São abatidas sem luta, sem alarde. Não combina com quem vive azarando. Touro ficaria melhor?
Continuo pensando em um bicho para este tipo de homem. Até o final desse meu monólogo solitário de uma quinta-feira, chego a uma conclusão.
O gato atualmente, para mim, reúne as qualidades do pão, do bonzinho, do simpático, acrescidas de algumas coisitas más, para determiná-lo um verdadeiro felino em meu conceito. Inteligência, educação, romantismo e sensibilidade são imprescindíveis.
Já viram que coisa linda um gato-homem chorar ouvindo uma música?
O aspecto exterior passou a ficar em segundo plano. Lógico que acho o Brad Pitty um gato, mas também achava o Vinicius de Moraes. Vininha tinha a alma do legítimo persa.
Andei comprovando minha teoria na Net. Em diversos anos de uso, sem ver na maioria das vezes o aspecto real de quem está do outro lado, afirmo que aqui tem um monte gatos de Moraes.Homens maduros, românticos, educados, inteligentes, sensíveis, simpáticos, líricos. Existem também os apenas "cafas", na maioria galantes, insinuantes, sedutores. Acham terreno fértil em mulheres carentes, caçadores que adoram um abate, mas, por favor, não o confundam com 171.
171? É bandido, professor de Cachoeira. Estes golpistas são velhos na história, Sempre existiram, sempre existirão. São dignos de cadeia. Logo migraram do real para cá. Virtualismo.
Aqui conheci uma fauna considerável, alguns fantasmas, mas bandidos ainda não. Eu me considerava uma usuária sortuda. Afinal não havia tido experiências traumáticas com o sexo oposto. No final de 2005 e boa parte de 2006 pela primeira vez, deparei-me com este bicho sem definição totalmente improdutivo em todos os sentidos, desprovido de princípios, de caráter, que usa o mundo virtual apenas para enganar seus semelhantes e arrumar um troco para viver! Não se deu bem pro meu lado, mas deixou seu lastro podre em grupos literários que eu fazia parte. Uma pobre imbecil atualmente sustenta o pseudo coisa. O pior que ainda existem milhares na rede e um monte de babacas acreditando no vigário que nem de conto precisa mais. As redes sociais viraram o point da corja. Volto ao assunto, pois essa era é a pós-contemporânea, um mundo em que não se vive sem conexão.
Não me digam que devo acostumar-me com a falta de caráter. Não me digam isso não. Tenho uma neta que herdará o que se deixar. Então eu grito: Alerta!
Esta deformação de personalidade me deixa receosa. Parece que toda vez que uma criança abre o micro está entrando num inferninho de quinta. O total descaso com a honestidade em qualquer situação, não conseguir sequer dizer que sente nojo de uma barata é assustadora, não ela, mas ele. Aliás, perdoa aí bichinha a porra da comparação com o verme, (perdoa verme...). Foi mal!
livro: Eu&a Net