Querido amigo
Rosa Pena
A fé nós não vemos, apenas temos. A má- fé também não se vê e também essa nós temos, uns mais, outros menos. O tempo gasto na fé de um mundo melhor, nos sonhos, na emoção tem sido usado menos do que na má-fé. Por que será?
Meu amigo, a pergunta vem para eu tentar entender o porquê das burcas unisex no mundo virtual, quando sei que sequer são para prestigiar Maomé, que era homem de fé.
É esconder a cara apenas para atrapalhar quem está tentando escrever numa boa? É tentar copiar o mundo real chacinando a poesia? É fazer nosso lirismo refém do tiranismo de alguns déspotas não esclarecidos? É tentar ser coronel virtual quando se é soldado raso na real? É ser empresário do mal se aproveitando de um bando de peões que trabalham com a emoção? É ferir para se exibir? É ir se deitar a cada noite se sentindo o justiceiro e no amanhecer usar o pó de pirlimpimpim para mudar de personalidade de acordo com o humor e a necessidade? Enfim meu querido será que não são a bem da verdade candidatos a exercer a política e sonham alto, tipo com o Planalto?
O prazer da maldade está intimamente ligado à certeza da impunidade.
Cada um faz sua trajetória e constrói a sua história.
Alguns vão querer ser lembrados como um Bin Laden virtual , sem nunca ter podido gritar ao vivo seus ideais por pior que fossem. Apenas um bandido fugitivo.
Ghandis à parte, nem tenho como comparar a grandeza dos ideais, seremos nós apenas lembrados como um médico de Fortaleza de nome Raimundo e uma professora carioca de nome Rosa, que tentaram escrever sobre uma era, essa virtual, e nós seres reais que deixaram testemunhos deste momento. Talvez pouco lembrados, mas seremos nós.Isto me faz bem e certamente fará a você também.
Nós somos nós! Existimos sim, e quando desligamos o micro vamos com a emoção que vivemos de verdade quando estamos aqui, sem pó algum.E ela que é importante.
Em tempo: Meu lado perverso gostaria que em vez das burcas, resolvessem se transformar em homens -bomba. Se detonassem com seus micros. Seria talvez o único benefício inspirado no Bin. Darem-se fim.
Mereceria o nosso tintim.
Beijos da amiga.
Rosa Pena
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 06/05/2005
Alterado em 03/08/2008