Quero voltar a semear sol com chuva para colher arco-íris.

                                                Rosa Pena
 
 
 
Anseio pela volta, mais ainda, volta e meia dos girassóis. Juro que ainda vou ver o volver da Terra boa e rever o giro da flor que paralisou de espanto diante de tantos sentimentos vis. Os  oceanos  com ondas de depressão jorram dos olhos da Maysa quando cantava que seu mundo caiu. O meu fica caidinho quando vejo fotos de crianças com fome e frio por conta das coroas diabólicas dos reis de araque e babel, majestades da insensatez, da arrogância, dos argumentos "estou certo", mas nenhum monarca de sentimentos que queira dar chances às abelhas de produzirem mais mel para adoçar esse mundo onde o lobo vale mais que a Chapeuzinho. A explosão de bombas de fósforo provoca cegueira até no zangão, logo adeus aos favos e as ilusões. Busco a romã fruta de início de ano que invoca os três reis magos que não eram três, muito menos reis, apenas astrônomos que viram uma estrela que indicava onde estava o menino que cada qual tem o direito de achar ou não que é o filho de Deus, mas que não justifica essa vontade-carcará de pegar e matar.
 
Volto aos antigos magos que representavam as raças do mundo. Branca, negra e amarela. Que mundo? O imundo. E as raças? Separadas pelas crenças. As diferenças se curam com cápsula de Césio ou com cela solitária? Amor e respeito é balela. Quando e onde foi o penúltimo parágrafo pontilhado de sangue inocente? Quando será aquele que terá a honra de levar o ponto final?

Retorno às coroas feitas do argumento "tenho razão em matar colônias de formigas". Elas não produzem ouro. E as abelhas? Apenas mel. E o girassol? Apenas uma flor. E a romã? Apenas uma fruta. E o arco-íris? Apenas um fenômeno ótico. E a estrela? Mais uma no céu. E o menino? Qualquer criança sem esperança. E o carcará? Agora só falta “o come”. E a poesia? Não falta nada. Some!
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 08/01/2009
Alterado em 10/10/2015
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