Proposta insensata
Rosa Pena
Suas dúvidas? Não quero ouvir. Conta apenas as suas certezas ainda que incertas. Deixa que eu curta um pouco mais essas flores que a vida me enviou de surpresa. Não me diga seus segredos, nem eu digo os meus. Não revelamos os nossos negativos em preto- e- branco, nem os nossos coloridos por mais maravilhosos que sejam.
Sem exposição do ontem, sem comparações com o anteontem, sem planejamento para amanhã. Nada de listas de triunfos, muito menos dos fracassos. Nada de chorar os quases que não se completaram, nada de imaginar que agora é sem quase e completo. Apenas pega a chave e abra minhas algemas antigas, tira os espinhos de meus pés e me ensina o atalho que leva os meus seios até a sua boca. Silencio você com eles.
Desligaremos qualquer sistema do planeta e só atenderemos as chamadas de nossos corpos, exceto se for Deus na linha, avisando que chegamos ao final dela.
março de 2006
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 21/03/2006
Alterado em 30/09/2008