É ruim, hein!

Rosa Pena

 

 

Fim de semana virou um inferno. Já não se pode ir mais a praia, pois o buraco da camada fez o sol ser mais gigante do que já é. Filtro é feito pelo homem, não doma o feito de Deus.

Já não se tem mais a famosa feijoada do La Mole. O agrotóxico matou o gosto do feijão e a lingüiça ficou doente. O porco visitou a vaca louca.Caipirinha nem pensar. Importar limão? Dez reais o quilo.
Andar na orla do mar? Perigoso. Arrastão e não é o do Edu Lobo, não pega  peixes, pega humanos. Um chope nem pensar. A malandragem sadia dos barzinhos virou malandragem otária. Ficar num bar é dar fácil
 pra sorte. Papo furado virou bolso furado. Tudo é "entrar em roubada". Copiou? Câmbio!
Atravessar o Rebouças dá filme pro Spielberg com direito ao Oscar de efeitos especiais, sem precisar de estúdio e sem despesas. In loco com um bando de artistas gratuitos!
Durante a semana o tiro ouvido bem de perto, o corre-corre junto com o camelô, o ar do maldito condicionado ligado, o vidro bem fumê que não permiti ver se é outono ou verão. Mudança de estação atualmente? Veja no calendário.
O sotaque da carioca agora significa pra muitos que vieram pra cá, 

A Net seria a solução por dedução. Tentar fazer daqui o Bracarense, uma cervejaria virtual, um papo legal, um batuque, uma risada gostosa.


Ah! Mas a mulher do corpo dourado sempre achou natural ajeitar o biquíni que entra no bumbum! Na cidade maravilhosa isso já rendeu muita poesia bonita. No virtual, porém, percebeu que só de teclar bumbum já vira insinuação:- Ta se jogando pra mim! Olhos alfabetizados que não sabem ler emoção?!!
Já se pega na cara de pau a poesia, mas tentar pegar a poetisa?  Ter que justificar o Tom de seu poema? Só justifica se for pro Jobim!Danada vida que cisma em institucionalizar tristeza como padrão de responsabilidade. 
 Deixo, porém, registrado no diário não oficial da desunião, que não mataram seu tesão pela vida. 

Enquanto existir um cantinho e um violão, ainda que desafinado, a carioca aqui vai tentar fazer da vida uma canção.

Quem tiver alma de trovador que venha me acompanhar no meu lararirará de sandálias havaianas.
 

2005

Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 06/04/2005
Alterado em 08/12/2014
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