Uma flor chamada Lílian
Rosa Pena
para Lílian Maial
04/01/2008
Há em mim algumas certezas e muitas ânsias. Quero um tanto de serenidade: nem muito, nem pouco. Nem tanto a ponto de só querer raízes fortes enterradas, imóveis a qualquer tempo, nem a fragilidade dos finos caules que tombam a qualquer vento. Não quero o permanente banal, nem quero o formidável para sempre. Quero o fogo que transforma, quero a água fresca e mansa que acalma, pois mora em mim a inquietude de um formigueiro, mas também habita em mim a cigarra “trovadora”.
Quero acima de tudo sentir que, entre ciência que me fez médica e a inconsciência que me fez poeta, ainda existem corações que num eletro acusam que amar uns aos outros nunca foi em vão.
Que venham transplantes de safenas cobertas de ternuras para almas nanicas.
Fernando Pessoa já dizia que tudo vale a pena, quando elas não são pequenas.