Curtíssima-metragem 

Rosa Pena




 

 Trovoadas avisam do temporal, gritos e soluços do tempo que se despede do sol, vento revolvendo os restos dos sentimentos que antes eram puros, agora viraram entulhos quase imorais. A poeira da desilusão ofusca o olhar de ontem, onde os amantes tinham nome, hoje são apenas tristes comparações com o que der e vier.
A mágoa despenca forte. É tormenta que escorre pelas ruas deixando ir para o ralo toda a ternura sentida que agora virou antiga! Vencida pelo prazo de validade de algumas promessas não cumpridas. O sorriso franco virou careta, o beijo virou ferrão, o anjo virou capeta, balas de menta que refrescavam até a alma, viraram balas perdidas para matar qualquer ilusão. As palavras perderam as letras. Poemas sem fonemas! Duelos onde morreram mocinhos e bandidos. Qual a diferença entre eles?
Quem é o bom, quem é o mau, quem é o feio?
Que pena, pois um balbuciou o nome do outro antes de se fechar de vez a cena.
                                                  
                                                     

Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 20/10/2006
Alterado em 05/08/2008
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