Baila Comigo
                          Rosa Pena
 
 
Eu sou uma razoável idéia com cabeça, tronco e membros que se magoa com palavras duras soltas ao acaso, mas se lixa para palavrões bem ditos na lata, que não gosta de bebidas alcoólicas, mas ama um pilequinho no momento certo, que odeia pieguices apelativas, mas chora de montão em final de comédia romântica.

Não sei quase nada de nada, estou que nem o Roberto Carlos, “Quem  não sabe das coisas; Sabe muito mais que eu”, porém sei com toda certeza: Quero você!

 Gosto demais do Nelson Rodrigues, mas odeio a vida como ela é. Queria que ela fosse mais baila comigo como se baila na tribo.


Adoro Coca-Cola e um sorriso, a coca com bastante gelo e limão já o sorriso!?! Bonito é aquele que emoldura seus dentes. Dele gosto sem gelo e sem limão. Quente e doce.

Qualquer beijo dado com carinho é bom. O seu é o aumentativo desse adjetivo. Na boca vira superlativo absoluto. No Natal quero um monte de... para... (no queixo, no ombro, no pescoço, na...).

Não sou oportunista, mas tenho medo de deixar passar as boas oportunidades. Sentir que lá se foi a vida e eu fiquei na janela com a Carolina...Se ainda fosse com o Chico Buarque!

“Navegar é preciso; viver não é preciso”.Concordo com Fernando Pessoa. Viver a vida sem olhar pro relógio a cada minuto. Muitas vezes a beleza consiste no inesperado.


Adoro acontecimentos bons. Descobertas de vacinas, dias D, quedas de ditadores, prisões de companheiros que não acompanham seus "companheiros", estréias, vernissage, viagens...

Eu sou compulsiva por pulseiras, brincos, colares, anéis, enfeites! “Se Deus quiser um dia eu quero ser índio”.

 
Sou mestre em esquecer os meus óculos, os nomes das pessoas, das ruas, as datas, a nova reforma ortográfica (essa esqueço de propósito), mas jamais esqueci de você.


Eu escondo que tenho medos, finjo que sou segura e resolvida. Dirijo mal o meu carro, mas conduzo bem minhas frustrações. “Eu sou tão banal assim, como um pardal”. Eu queimo calorias, neurônios e gestos. Grito com o olhar e beijo com a voz. Sou exagerada e tem até quem me ache louca. Será que é porque sempre sonhei em viver pelada pintada de verde e amarelo? Brasil!

Eu quero morrer de overdose de paixão ouvindo muita música. Eu amo você!

Mas enquanto não chega a maldita hora da dona da vida entrar em cena eu sigo querendo que cada  novo ano venha sem peso algum, deixando seus 2000 e tantos danos por aí em algum vácuo vagabundo.

Quero que venha pronto para flutuar no amplo azul, venha guri que acredita na vida infinita e que a acha bonita, venha em papel de seda no formato de uma pipa que alcançará o paraíso com um bilhete avisando ao universo:- Crianças têm o direito de acreditar em fadas, homem- aranha, duendes, paz, Papai Noel, político honesto, cartão de crédito sem juros.


Mais que viver, sonhar é preciso. Eu ontem sonhei com você.






 
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 28/11/2009
Alterado em 21/09/2013
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