24/12/2006 00h36
Nftalinas
Rosa Pena


Ontem na nossa ceia percebi novamente à vontade de buscar no passado motivos para chorar. Esse negócio de que o Natal foi feito lembrar a, b ou c foi institucionalizado por quem é chegado a uma deprê.
Na noite passada quando começou a baixar o astral do pessoal, lembrei rapidinho que Natal é nascimento e não finados. É a comemoração da chegada dele, é o niver do guia. Com ou sem acreditar Nele como o Messias, não há como duvidar que ele é a referência do Bem. Chorar porque o Bem aniversaria? Saudade tem permissão para ser sentida em qualquer ocasião, não precisa ser só em festa cristã. Proponho aos saudosistas de plantão que chorem por exemplo no carnaval, onde rola desencontros e nem Judas nasceu nessa data. Guardem as naftalinas nostálgicas e soltem com as purpurinas vazias de boas intenções em qualquer um dos outros dos 364 dias. Natal é alegria. Vamos poupar esta data de más recordações por conta de alguma cadeira vazia, resultado de problemas individuais que fazem parte do contexto do texto vida.
Pensando melhor, realmente acho que nem festa pagã merece um muro de lamentações. Festa é festa!
À guisa de sugestão vai uma data. Chorem em 6 de agosto quando soltaram a bomba em Hiroshima e milhares de assentos ficaram vazios. Até Ele chorou de desgosto.
Para mim, Ele é o rei e não foi deposto. Estou realmente feliz quando desejo feliz. É Natal.

Publicado por Rosa Pena em 24/12/2006 às 00h36





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